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Se em anos recentes costumava-se brincar que o campeão mundial sofria uma "maldição" no ano seguinte à conquista, hoje essa brincadeira mudou um pouco. Desde o sucesso de Thor Hushovd no ano passado e os bons resultados deste ano de Mark Cavendish, se diz que a maldição acabou. Mas parece que ela apenas mudou de categoria.
A camisa de arco-íris continua assombrando seus portadores, mas não mais o campeão de estrada. Desta vez, parece que quem está sofrendo são os campeões mundiais de contrarrelógio. Campeão da categoria em 2010, o suíço Fabian Cancellara teve um 2011 para se esquecer, findado com um péssimo desempenho no campeonato mundial de Copenhague, onde perdeu a camisa para o alemão Tony Martin.
Neste ano, o tedesco é quem vem sofrendo com a "maldição". No início de abril, enquanto treinava, o contrarrelogista foi atropelado, a apenas três quilômetros de sua casa. Ele ficou inconsciente e foi levado ao hospital, com fraturas no maxilar e na face. No Tour de France, Martin vem tendo problemas desde o prólogo, quando furou o pneu no contrarrelógio e teve apenas o 45º tempo, com 23 segundos de atraso.
Não fosse o bastante, logo no dia seguinte, na primeira etapa, ele esteve envolvido em uma queda após apenas 11 km de etapa. Ali, o alemão sofreu diversos cortes e, para piorar, quebrou o punho. De lá para cá, ele vem se mostrando fora de combate, tendo o 15º pior tempo do Tour, com quase 18 minutos de atraso.
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Em entrevista ao jornal alemão "Bild", Martin explicou que existe um motivo para ele continuar nesta tortura. Ele tem em mente a conquista do ouro olímpico, em Londres. A prova do contrarrelógio dos Jogos Olímpicos acontece já no dia 1º de agosto e o corredor espera usar o Tour de France como seu treino para a competição.
"Eu preciso do contrarrelógio de segunda-feira para me preparar. Será uma grande prova de força. Eu desligo a dor, ela desaparece. Pelo menos até segunda-feira", disse Martin, que ainda brincou com o fato de estar andando na rabeira do pelotão nestes dias: "eu consigo admirar melhor a paisagem", falou.
Ele se refere à nona etapa do Tour, que acontece nesta segunda-feira. A etapa será entre Arc-et-Senans e Besançon, e tem um trecho de 41,5 quilômetros. Depois deste, a competição ainda contará com outro contrarrelógio, na 17ª etapa, nos 53,5 quilômetros entre Bonneval e Chartres. A dúvida é se, com um punho fraturado, ele conseguirá passar pelas cinco etapas de alta montanha das duas últimas semanas.
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