quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tony Martin convive com 'tortura' no Tour, pensando nas Olimpíadas de Londres

(AFP)
Se em anos recentes costumava-se brincar que o campeão mundial sofria uma "maldição" no ano seguinte à conquista, hoje essa brincadeira mudou um pouco. Desde o sucesso de Thor Hushovd no ano passado e os bons resultados deste ano de Mark Cavendish, se diz que a maldição acabou. Mas parece que ela apenas mudou de categoria.

A camisa de arco-íris continua assombrando seus portadores, mas não mais o campeão de estrada. Desta vez, parece que quem está sofrendo são os campeões mundiais de contrarrelógio.  Campeão da categoria em 2010, o suíço Fabian Cancellara teve um 2011 para se esquecer, findado com um péssimo desempenho no campeonato mundial de Copenhague, onde perdeu a camisa para o alemão Tony Martin.

Neste ano, o tedesco é quem vem sofrendo com a "maldição". No início de abril, enquanto treinava, o contrarrelogista foi atropelado, a apenas três quilômetros de sua casa. Ele ficou inconsciente e foi levado ao hospital, com fraturas no maxilar e na face. No Tour de France, Martin vem tendo problemas desde o prólogo, quando furou o pneu no contrarrelógio e teve apenas o 45º tempo, com 23 segundos de atraso.

Não fosse o bastante, logo no dia seguinte, na primeira etapa, ele esteve envolvido em uma queda após apenas 11 km de etapa. Ali, o alemão sofreu diversos cortes e, para piorar, quebrou o punho. De lá para cá, ele vem se mostrando fora de combate, tendo o 15º pior tempo do Tour, com quase 18 minutos de atraso.

(DPA)
Em entrevista ao jornal alemão "Bild", Martin explicou que existe um motivo para ele continuar nesta tortura. Ele tem em mente a conquista do ouro olímpico, em Londres. A prova do contrarrelógio dos Jogos Olímpicos acontece já no dia 1º de agosto e o corredor espera usar o Tour de France como seu treino para a competição.

"Eu preciso do contrarrelógio de segunda-feira para me preparar. Será uma grande prova de força. Eu desligo a dor, ela desaparece. Pelo menos até segunda-feira", disse Martin, que ainda brincou com o fato de estar andando na rabeira do pelotão nestes dias: "eu consigo admirar melhor a paisagem", falou.

Ele se refere à nona etapa do Tour, que acontece nesta segunda-feira. A etapa será entre Arc-et-Senans e Besançon, e tem um trecho de 41,5 quilômetros. Depois deste, a competição ainda contará com outro contrarrelógio, na 17ª etapa, nos 53,5 quilômetros entre Bonneval e Chartres. A dúvida é se, com um punho fraturado, ele conseguirá passar pelas cinco etapas de alta montanha das duas últimas semanas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário